sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Renda, Crescimento e Desigualdade: Dilemas que Estão Longe de Serem Resolvidos


De acordo com dados retirados de rankings da revista Forbes, existe um preocupante descompasso entre o ritmo de avanço da renda real das grandes riquezas no mundo (entre 6 e 7% ao ano em termos reais) e a renda dos trabalhadores (entre 1 e 2% ao ano).

Resultados obtidos a partir de dados oficiais de instituições e relatórios de diversos países, demonstram a profundidade da desigualdade mundial. As 85 pessoas mais ricas do planeta possuem a mesma quantidade de recursos das 3,5 bilhões mais pobres. Ou seja, um pequeno grupo que não chega a 100 indivíduos possui uma riqueza equivalente à de metade da população mundial. Segundo a pesquisa, o 1% mais rico da população mundial detém US$ 110 trilhões, 46% de toda a riqueza do planeta.

Na Europa os dados também são cruéis. As 10 pessoas mais ricas do continente possuem uma fortuna maior do que todos os planos de resgate e estímulos ao crescimento econômico aplicados pela União Europeia, entre 2008 e 2010. São €200 bilhões aplicados pela UE, contra €217 bilhões nas mãos dos 10 europeus mais ricos. A crise econômica mundial, aliás, representou um belo impulso à acumulação desenfreada de riquezas. Segundo estudos, o 1% mais rico da população dos Estados Unidos abocanhou 95% de todo o crescimento econômico do país entre 2009 e 2011.

O Capital no Século XXI


Desde os tempos do britânico John Maynard Keynes, um dos maiores pensadores econômicos do século XX, o trabalho de um economista não despertava debates tão acirrados quanto O Capital no Século XXI, do francês Thomas Piketty. O livro traz um apanhado histórico da evolução da riqueza e da desigualdade nas sociedades capitalistas e propõe remédios para os males que enxerga — como a adoção de um imposto progressivo de até 80% sobre o patrimônio dos mais ricos.

Os índices de medição do crescimento econômico de um país são considerados, pela maioria dos economistas, como o melhor sinal de progresso, quando positivos, ou de alarme, quando negativos, nesse caso impondo-se ao Poder Público implementar sem demora políticas tendentes a defender e garantir um percentual capaz de refletir a retomada da sua subida indefinidamente.

Thomas Piketty não concorda com isso. Com a vantagem de se distanciar das influências ideológicas sempre presentes em torno desse assunto, disputando espaço para fazer passar os seus posicionamentos como científicos, ele demonstra como esse crescimento concentra riqueza e não diminui a desigualdade social.

Para Piketty: A lei do “crescimento acumulado” é de natureza idêntica à lei chamada de “retornos acumulados”, segundo a qual uma taxa de retorno anual de alguns pontos percentuais, acumulada ao longo de várias décadas, conduz automaticamente a uma expansão muito forte do capital inicial – contanto que os retornos sejam sempre reinvestidos ou ao menos que a parte consumida pelo detentor do capital não seja grande demais em comparação com a taxa de crescimento do país. A tese central desse livro é precisamente que uma diferença que parece pequena entre a taxa de retorno (ou remuneração) do capital e a taxa de crescimento pode produzir, no longo prazo, efeitos muito potentes e desestabilizadores para a estrutura e a dinâmica da desigualdade numa sociedade. Tudo decorre, de certa maneira, da lei do crescimento e do retorno acumulado e, portanto, é aconselhável que nos familiarizemos com essas noções.

Simbolizando com a letra “r” a taxa de rendimento privado do capital e com a letra “g” a do crescimento da renda e da produção, conclui: “ A desigualdade r > g faz com que os patrimônios originados no passado se recapitalizem mais rápido do que a progressão da produção e dos salários. Essa desigualdade exprime uma contradição lógica fundamental. O empresário tende inevitavelmente a se transformar em rentista e a dominar cada vez mais aqueles que só possuem sua força de trabalho. Uma vez constituído, o capital se reproduz sozinho, mais rápido do que cresce a produção. O passado devora o futuro.

Fonte

A Tríade dos Múltiplos Dilemas


Em recente artigo publicado no O Globo a Mais de 19/02/2015, a economista Monica Baumgarten de Bolle discorre sobre a pergunta mais relevante da atualidade, recorrente entre os economistas, mas com destaque renovado depois da publicação de “O Capital no Século XXI” de Thomas Piketty é: qual a relação entre salários, produtividade e desigualdade? Como a evolução dessa tríade ao longo do tempo, para países diversos, pode elucidar as dúvidas sobre a sustentabilidade do crescimento?Destaco abaixo os principais trechos do artigo da economista que pode ser lido na íntegra neste endereço.

(...) a desigualdade de renda e riqueza no mundo aumentou muito nos últimos trinta anos. (...) A estagnação salarial que sobreveio da crise de 2008, a ausência de ganhos reais significativos ao longo dos últimos sete anos, contribuiu para acentuar a crescente divergência entre os mais ricos e os mais pobres, tornando-a mais evidente. Conforme muitos têm destacado ao analisar os dados para a economia americana, observa-se algo surpreendente: os salários não apenas estão parados, como não têm acompanhado a produtividade ascendente da economia ao longo das últimas décadas. Ou seja, enquanto a produtividade sobe, o trabalhador americano está deixando de desfrutar dos ganhos de renda que deveriam resultar do aumento da eficiência produtiva. (...) Nos EUA, a lucratividade das empresas se traduziu em maior renda para os acionistas e para os altos executivos, mas não para os empregados”.

O dilema americano, além de ressuscitar a complexa questão das relações entre desigualdade e crescimento econômico, tem gerado debate aguerrido sobre o que fazer para combater a crescente disparidade da renda. (...) Entre diversos economistas, prevalece a noção de que, nos EUA, a quebra da relação entre salários e produtividade explica o aumento da desigualdade. Quando os trabalhadores são crescentemente excluídos dos ganhos de eficiência, embolsados por acionistas e executivos, isso piora a distribuição de renda, levando à contemplação de medidas como a adoção de um tributo sobre os ganhos de capital.

No Brasil, ocorre o oposto do que se observa nos EUA: há pelo menos uma década, os salários crescem acima da produtividade. Nesse mesmo período, a desigualdade caiu substancialmente. Nos últimos anos, entretanto, há evidências de que a desigualdade parou de cair ou, ao menos, começou a se estabilizar em patamar ainda demasiado alto. (...) Como observa estudo recente do FMI, às vezes a desigualdade é obstáculo ao crescimento econômico simplesmente porque motiva a adoção de determinadas políticas redistributivas que têm efeito perverso sobre a atividade. Exemplo disso são políticas que estimulam o descolamento entre salários e produtividade: rendimentos que crescem acima do valor que o trabalhador é capaz de gerar acabam por onerar excessivamente as empresas, que poderão repassar esse aumento de custos para os preços, alimentando a inflação, demitir trabalhadores ou deixar de investir. A inflação corrói a renda dos mais pobres; o desemprego e a queda do investimento reduzem o crescimento; sem crescimento, não há diminuição contínua da desigualdade. 

Eis, portanto, um dos desafios da tríade salários-produtividade-desigualdade: quando os salários se descolam da produtividade, seja para cima, como no Brasil, seja para baixo, como nos EUA, a desigualdade pode aumentar. Se a desigualdade aumentar, parte crescente da renda produzida haverá de ser embolsada pelos mais ricos, em detrimento da classe média e dos mais pobres – a desigualdade é processo que se retroalimenta, a não ser que seja impedida por políticas redistributivas. Mas certas políticas redistributivas podem emperrar o crescimento, sobretudo quando combinadas com má gestão da política macroeconômica. Isso é o que parece ter ocorrido, em parte, no Brasil.

Como sair do torvelinho nefasto em que políticas redistributivas emperram o crescimento e a falta de crescimento impede que a desigualdade continue a cair de forma sustentada? Pergunta básica, resposta difícil. (...) Relatório recente da OCDE sobre a desigualdade diz que, para reduzi-la, é preciso que a população tenha acesso à educação de qualidade – não basta ter crianças e adolescentes nas escolas, é preciso que aprendam a ler, que desenvolvam o gosto pela leitura, que tenham intimidade com números e com operações matemáticas. É preciso, também, que desfrutem de rede de apoio, sobretudo quando o nível educacional dos pais e parentes for insuficiente para mantê-los engajados no aprendizado. É preciso que tenham acesso aos serviços públicos básicos, como saúde e saneamento. O relatório da OCDE afirma que a redução sistemática da desigualdade só é possível se essas condições estiverem presentes e beneficiem os 40% mais pobres, ou seja, tanto as pessoas de baixa renda, quanto a classe média mais vulnerável.

O problema é que o Brasil pouco avançou nessas áreas nos últimos quinze anos. A má gestão da economia, hoje, nos obriga a adotar políticas de ajuste que haverão de adiar a redução contínua da desigualdade, postergando a ampliação do processo de inclusão social. O adiamento inevitável já suscita críticas daqueles que, em vez de perceberem os erros do passado recente, preferem chamar de fracasso a correção de rumos que acaba de se iniciar.



Humor: na foto acima quem está esperando a lotérica abrir e quem está esperando a lavanderia abrir? rs

15 comentários:

  1. "propõe remédios para os males que enxerga — como a adoção de um imposto progressivo de até 80% sobre o patrimônio dos mais ricos."
    Isso sim é distorcer a lógica da meritocracia.
    Vejamos exemplos nossos do dia-a-dia no Brasil : a bolsa família serviu para reduzir o abismo entre miseráveis e classe média. Sim, mas às custas de uma outra coisa. Os miseráveis que catavam papel nas lixeiras para sobreviver agora ganham o bolsa-família e NÃO FAZEM MAIS NADA, pois a renda de catador de lixo = "salário" do bolsa-família, então o que pensam : "tá bom, não preciso mais trabalhar, vivo como antes, só que agora sem trabalhar."
    Há milhares de brasileiros querendo "encostar" no INSS.
    Centenas que sonham com carreira política não por dom, por boas ideias, pelo social, mas sim pela possibilidade de meter a mão no bolo e tirar sua parte.
    Vou ser sincero e dizer o que pensam a maioria das pessoas que deram certo no Brasil (menos de 10% do povo) : A verdade é que a tão declamada miscigenação do povo brasileiro está longe de ser boa. Conseguiu apenas unir o pior de cada um dos povos, gerando um povo em maioria preguiçoso, corrupto/corruptível, passivo, conformado e agrandado.
    Afonsinho

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    1. 80% realmente é um valor alto, no nosso país seria mais dinheiro disponível para os políticos corruptos.

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  2. Se o problema não está na renda, mas na concentração de patrimônio, uma solução não passa pelo aumento de impostos sobre a renda.

    Pelo mesmo raciocínio, um aumento de impostos sobre o patrimônio também seria danoso, porque penalizaria com mais força a quem deseja ascender do que àqueles que já possuem grandes fortunas.

    A solução então deveria se concentrar nas regras de sucessão, tributando-se com mais força as heranças. Mas quem tem recursos contrata bons profissionais e escapa também destes tributos, geralmente transferindo seus bens para pessoas jurídicas.

    Logo, tributar pura e simplesmente não resolverá o problema, penso eu.

    Acredito que a solução esteja em ensinar o poder dos juros compostos e da educação financeira ao maior número possível de pessoas, pois não basta instruirmos melhor alguém se não dermos a ele uma chance real não apenas de que ganhem mais dinheiro, mas também de fazer melhor uso dele.

    Abraço!

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    1. "tributando-se com mais força as heranças" quanta bobagem.
      Quer dizer que você trabalha, rala, investe, economiza e não tem o direito de passar o dinheiro para sua prole?
      Faça-me o favor!
      A solução? Simples : Dê acesso amplo e irrestrito a todos a educação de qualidade. Melhore a escola pública, de verdade. É muito possível, vide países escandinavos. Os trabalhos mais bem remunerados serão ocupados pelos que merecem. Mais justo.
      Agora quem não quer nada com nada que se foda. Tem que se fuder mesmo. Não podemos é tirar de quem se esforça para dar aos "a toa".
      Afonsinho.

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    2. Fiz uma rápida pesquisa, e foi bem interessante, sobre
      Estate tax:
      Suécia – Não existe - abolida em 2005
      http://www.kpmg.com/global/en/issuesandinsights/articlespublications/taxation-international-executives/sweden/pages/other-taxes-levies.aspx
      Dinamarca – 15 a 36% sobre o que ultrapassar algo em torno de R$ 110.000,00
      http://www.kpmg.com/global/en/issuesandinsights/articlespublications/taxation-international-executives/denmark/pages/other-taxes-levies.aspx
      Noruega – abolida em 2014
      http://en.wikipedia.org/wiki/Taxation_in_Norway
      Finlândia – 7 a 19% sobre o excesso de acordo com inúmeras categorias
      http://www.kpmg.com/global/en/issuesandinsights/articlespublications/taxation-international-executives/finland/pages/other-taxes-levies.aspx
      EUA – pode chegar a 40%
      http://www.kpmg.com/global/en/issuesandinsights/articlespublications/taxation-international-executives/united-states/pages/other-taxes-levies.aspx
      Japão - 10 a 50%
      http://www.kpmg.com/global/en/issuesandinsights/articlespublications/taxation-international-executives/japan/pages/other-taxes-levies.aspx
      Austrália – não há qualquer cobrança
      http://www.kpmg.com/global/en/issuesandinsights/articlespublications/taxation-international-executives/australia/pages/other-taxes-levies.aspx
      Nova Zelândia – não há taxa
      http://www.kpmg.com/global/en/issuesandinsights/articlespublications/taxation-international-executives/new-zealand/pages/other-taxes-levies.aspx
      Alemanha – 7 a 50%
      http://www.kpmg.com/global/en/issuesandinsights/articlespublications/taxation-international-executives/germany/pages/other-taxes-levies.aspx

      Fiquei bastante surpreso ao saber que não existe tributação sobre herança na N.Zeland, Australia e alguns países escandinavos.
      Do outro lado da moeda, a herança pode ser pesadamente tributada em países como Japão, Alemanha e EUA, chegando a 50%.

      Abraço!

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    3. Não me surpreende Soulsurfer.
      Agora o mais importante é como esses países se tornaram diferenciados : com uma educação pública, ampla e irrestrita. Culto e viajado acho que você há de convir comigo! E digo mais : Isso basta. Todos têm então oportunidades, mas nem todos têm a mesma gana de vencer, ou a mesma inteligencia. Sinto muito! Quem for pobre esforce-se e terá direito a sombra. Agora, se agirem como nossos pobres aqui, com um governo demagógico, paternalista, meramente assistencialista em prol do voto de cabresto institucionalizado continuarão pobres, sem que isso seja um peso aos mais abastados.
      Afonsinho

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    4. Olá, Afonsinho.
      Há alguns meses venho lendo vários textos no Mises, e eles são bem interessantes. Lá, nem educação deve ser função estatal. Eu ainda não sou muito convencido disso, creio que a saúde e educação são setores que é necessário alguma forma de subsídio. Sendo assim, concordo que o caminho é a educação, mas se assim o é o Brasil está pegando a estrada errada.
      Abraço.

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    5. Sô, LDL e Afonso, eu sou a favor da abolição do imposto sobre renda e criação do imposto sobre consumo. Este texto exemplifica exatamente o que eu penso...
      http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=667

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    6. Eu não disse que era favorável à cobrança do ITCD, Afonsinho. Mesmo porque irrelevante ao raciocínio proposto.

      Vou deixar bem claro o que disse acima: sem educação financeira, tributação alguma reduzirá a desigualdade.

      Tampouco educar melhor por si só resolverá o cerne do problema; desde quando estudar para estar bem empregado enriquecerá a todos? Os que conseguirem serão exceção da exceção.

      Por quê? Simples: uma pessoa sem educação financeira não sabe o que fazer com o dinheiro que receber, seja via políticas de inclusão, seja via do seu próprio esforço. Vai ganhar e logo gastar, num jogo de soma zero.

      É a acumulação de recursos que faz a diferença no longo prazo. Por isso o topo cresce mais que a base da pirâmide. E é também por isso que a riqueza insiste em se multiplicar nas mãos de algumas pessoas - e não da sociedade como um todo.

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  3. Fala Uó

    Li o texto e os comentários, especialmente o embate entre o folclórico Alfredinho e o Soul... E tenho que dizer que acho que o colocado pelo Afonsinho é muito pertinente.

    Ao meu ver a política de inclusão social, tão badalada pelos PTistas, está muito equivocada, ou mesmo está desvirtuada. Tal qual o colega acima vejo questões demagogas e eleitoreiras como prioritárias ao fim que se deveria buscar na inclusão social.

    Projeto iniciado pela finada Ruth Cardoso, contemplava a elevação das chances das camadas mais baixas, mas não de forma infinita ou restrita exclusivamente aos baixos salários. Esta fórmula original da saudosa Ruth Cardoso seria justa e sustentável, mas a atual implantada sob outro nome pelos PTistas é na verdade insustentável e repleta de vícios que a tornam verdadeiramente pervertida.

    Como disse o Soul, estamos no caminho errado, porque certamente a educação é a premissa mais básica de um desenvolvimento social de toda uma população.

    Espero que um dia possamos tomar o caminho correto, ou então admitamos nossa incompetência administrativa e entreguemos o país numa espécie de arrendamento para uma administração nipo-germânica, pedindo em troca apenas desenvolvimento de indicadores de saúde, educação, violência etc. Tenho certeza que ambos os lados sairiam ganhando muito!!!

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    1. Seu Guarda, educação de qualidade é um dos quesitos necessários para este país mudar de patamar, ainda estamos engatinhando nesta área, e vai demorar anos para colher os frutos de árvores que mal mal estão sendo plantadas.

      Programas como Bolsa Família são importantes hoje, mas se ainda precisarmos deste tipo de programa daqui 20 anos então o seu objetivo não foi cumprido.

      Abraço!

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  4. O Brasil está distante de atingir alguns indices.
    *Povo vadio;
    *Politicos e sociedade corruptos;
    *Mediocridade;
    * E perguntou? Qual categoria têm quase 3 meses de férias, no dia da profissão deles é feriado(Os UNICOS).Emendam feriados constantemente.Na hora de se organizar para uma greve 70% bora a cueca. Votaram em massa no PT ( principalmente os do pronatec e universidades). Para ENTREGAR o boletim nao têm aula e fazem alguns dias de conselho de classe que nao leva a porra nenhuma, devido a escola ter perdido a autoridade. Resposta: PROFESSOR!

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